quarta-feira, junho 16, 2010

" Etapas "


" Amor incompreendido ou Paixão inter-correspondida"
Amor incompreendido, foi assim que sublinhaste e apelidaste o que julgavas ser, o meu sentimento por ti. Sim ou não!? A inquietante pergunta. Eu respondo-te agora, com sábia consciência do que digo. Seria exagero chamar-lhe "amor", seria mais, "Paixão inter-correspondida". Sim, porque tu, não o eras, em pleno, ora sentes, ora nem tanto. E como tal, entregar-me também nunca foi o maior dos meus caprichos. Compreender-te foi algo que designei como, uma missão impossível. Guiei-me então pelos sinais, os teus, os meus, e os que por vezes partilhávamos, não nossos, porque na realidade nada chegou a ser nosso de fato. E fui seguindo, até ao último ponto final.

 " É difícil, só queria ter-te comigo "
Difícil não é olhar-te nos olhos, difícil não é estar perto de ti, difícil não é atender uma chamada tua, ouvir a tua voz e dizer que te adoro. Difícil é saber que na ambiguidade de tudo isso, eu percebo, que o que é difícil, é querer mas não conseguir evitar, a tua presença, o desligar-te o telefone, o ignorar as tuas palavras, o calar a minha própria voz. Difícil é, de um jeito ou de outro, lembrar-me sempre de ti. Custa. Porque é difícil esquecer-te!

" A tua ausência faz-me sonhar "
Ás vezes no silêncio da noite, já soando a madrugada, eu sinto o teu cheiro, ouço a tua respiração, sinto-te perto de mim, cerro os olhos e sinto o gosto do teu beijo, a força do teu abraço, o calor do teu corpo, sinto o teu toque. De repente estremeço, abro os olhos novamente, mas tu não estás. Deito a cabeça, e triste, volto a dormir. Foi apenas a minha imaginação a divagar. Fazes-me falta.
 
" Mais uma vez, retornas "
Tu sempre voltas. Entre um toque e outro, entre um gemido e outro, por um longo tempo ou até numa curta distância, retornas e tentas arrastar-me contigo. E desta vez não foi diferente, ou talvez tenha sido. Voltaste, não disseste porquê nem para quê, sumiste, sem dar razão ou explicação, falaste-me, de um prazer e doutro, entre os quais ainda poderias consumar o nosso. Será!? Pergunto-me e perco-me entre questões retóricas, como será possível alguém ter tantas faces, emergidas numas quantas máscaras, acolhidas em tantas farsas. Não há resposta. Sem mudar ou reformular, permaneço ainda, na espera de ti.
 
" O fim "
Chegaste diferente, senti a tua voz trémula e suada. Interpelei, conversamos. Quase num susto revelaste-me novas faces. Pareceu-me impossível que mais disfarces pudessem existir. Mas eles estavam ali, ou aí, ou em algum lugar, a verdade, é que eram reais. Mantive-me rija como se aquilo não me abalasse. Estranhaste. Declaraste as tuas novas aquisições, convicções, mas não mudaste. Denunciaste o interesse de me conservar, ali, inteira. Mas não mais. Abdico desses instantes, não requeri mais momentos, anuí àquele desejo assombroso que já me assolou. Basta. Encontraste ligado a outrem, e o que foi, não retorna. Perante tais cláusulas permito-me agir como juíza e encerrar esta sentença. Enfim, cessada, concluída, cicatrizada!

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