sexta-feira, outubro 28, 2011

A-C-R-E-D-I-T-A-R ... assim pausado até ser credível .


Tenho uma mania tola de escrever nos momentos em que toda a gente, ou pelo menos, a maior parte das pessoas acredito eu, o que mais desejariam era sair com os amigos, ir beber um copo, dançar um pouco, distrair-se, ir ao cinema, mas eu não. Para mim existe algo que costumo chamar de “minha terapia” mais do que qualquer analgésico – até porque para dor ou angústia de almas ainda não conheço nenhum forte o suficiente. Eu sei que parece dramático demais, talvez o seja, mas se assim não fosse simplesmente não seria eu. Confuso? Talvez um pouco também, mas nem tanto assim que não me consigam compreender. Acontece que eu não me fecho, não por completo, só me recolho um pouco mais do que o habitual – embora muitos me digam que já é o bastante – como se, de volta ao meu casulo – leia-se, sozinha perdida nos meus pensamentos – me encontre, fecho os olhos, procuro uma melodia qualquer da natureza, seja a chuva, os passarinhos, o vento – mas sim preferencialmente a chuva porque me inspira – e então escrevo. Às vezes das minhas palavras saem simples frases, textos gigantes, poesias, contos e até já letras de música foram escritas. Na verdade, escrevo de tudo sempre que me dá vontade. E felizmente para mim, creio eu, são frequentes essas eloquências da minha mente. Gosto do gosto de gostar do prazer que me dá dedilhar cada palavra, quase como se fosse um suspiro e admito que não só me faz bem como é simples e indiscutivelmente necessário – sem exageros falseados – como o ar que respiro. É como que, libertar-me.

Um dia um anjo sem asas, mas com os melhores abraços do mundo
Disse-me que a chave para o meu bem-estar traduzia-se em uma palavra
Disse-me que bastava eu ter sempre essa palavra comigo para o resto fluir
Disse-me ainda que mesmo sendo anjo nunca me deixaria só,
Jamais sairia do meu lado, estaria comigo para e por qualquer fase
Por que simplesmente fazíamos parte da mesma alma, ou pelo menos
Era assim que nos víamos, era nisso que gostávamos de acreditar…
(silêncio)
Ei-la, a palavra-chave, ACREDITAR.
Agora sei o quanto faz sentido todo aquele discurso para me levantar o ânimo
Não eram só palavras jogadas ao vento ou atiradas como barro contra a parede
Na esperança que eu me ergue-se e reagisse mesmo julgando-me sem forças
Era muito mais que isso…
Parece que por ora tudo se encaixa e quero realmente acreditar
Que assim continuarei, seguirei sem desistir mesmo que volte a fraquejar
A vida é feita disso mesmo, não é só matéria, é sentimento, e agora sei
Se eu acreditar, por pouco que seja, mas mais um pedacinho a cada dia
Conseguirei…
E não há nada que me impeça de tentar e tentar e voltar a tentar, se acreditar
Que um dia todo o esforço será compensado, e que das boas sementes plantadas
Colherei os meus melhores frutos.
À semelhança da Natureza, ora não fosse a vida, mais uma das suas criações,
Uma dádiva,
Tudo acontece no tempo certo para acontecer.
Só precisamos de paciência… até para ACREDITAR. “

Bem, talvez para muitos o que digo agora pode não fazer qualquer sentido, pode até parecer um desvario, caindo eu no risco de soar apenas a mais uma louca que se julga saber sobre a vida, mas não. Não sou pretensiosa, mas a verdade também, é que tão pouco me importam essas opiniões, esses pré-julgamentos sem conhecimento do que quero de fato dizer. Mas não me avaliem mal ou me estimem grosseira, aqueles que até aqui leram simplesmente por que lhes apeteceu continuar, agradeço, e explico-me – sempre tive esta necessidade de clareza, de não deixar nada por dizer, nada incompreendido – eu escrevo porque gosto, porque preciso, porque quero, porque sim, sem mais satisfações. São somente meras palavras minhas, digitadas ao som da chuva, na tentativa de registar o que sinto, sei ou passei, agora ou em qualquer outro momento da minha vida. Quero unicamente deixar gravado em palavras, para que em qualquer outra altura possa consultar sem me esquecer que o importante é acreditar. Não interessa em quê ou como, desde que me permita acreditar. Assim me disse aquele “anjo”.

2 comentários:

UMA PESSOA disse...

Confesso que foi para mim uma estonteante surpresa,poder constatar que és e tens um dom enorme,para usar as palavras.
Com as palavras podem-se fazer muitas coisas,elas em si mesmo não são nada,os sentimentos que conseguimos transmitir através delas é o que as faz viver e permite que possamos viver através delas,com elas podemos,chorar,sorrir,gritar,soltar a raiva,apenas desabafar,com elas podemos destilar o que nos inunda a alma...e afinal parece sempre que de todas as palavras,ainda nos faltam algumas,como se houvesse a necessidade de palavras novas,para extravasar tudo aquilo de que somos acometidos.
Continua a soltar as palavras e a jorrar os sentimentos.(beijinho)

Anônimo disse...

Lindo minha amiga o que escreveste,
perfeito !!!
Um forte abraço.

Sandra Mello.