quinta-feira, agosto 30, 2012

Versos de um barquinho de papel


Quantos de vocês sujaram mãos
Quantos de vocês usaram eufemismos
Para encobrir em tons suaves
Maldades conspurcadas e pessimismos

Sem julgamentos
Segunda chance
Cem pensamentos
A cada alcance

Contem histórias ou façanhas que vos caibam
Sentidas na pele ou vistas passar
Memórias, lembranças, narrações
Das baías ou piratas de alto mar

Contem, cantem
E lembrem-se
Quando nos faltam meios para realizar
Cabe-nos somente continuar a sonhar

E quantas vitrolas precisarão tocar
E quantas flores se farão cair
Vendo seus amores partir
De um porto sem hora de voltar

São esses os pescadores salgados
Adocicados e refugados
Pelo amor das suas mulheres

Elas! Que se prostram na soleira da porta
Abafando um coração perto da boca
Orando a Deuses para que a volta
Traga o peixe numa corda solta

Guerreiros entregues à sorte
Quantas ondas se revoltarão
Ou tempestades trovejarão
Sem macas fúnebres duma quase morte

Quantas vezes caíram
Quantas vezes se feriram
Pleonasmos sem saída
Agarrar sem mãos a vida

Não são de fácil entendimento
As poesias que vos trago
Nelas cabe um sentimento
Que de tão grande fez-se vago

Um comentário:

Lilian disse...

que lindooooo!