Quantos de vocês sujaram mãos
Quantos de vocês usaram eufemismos
Para encobrir em tons suaves
Maldades conspurcadas e pessimismos
Sem julgamentos
Segunda chance
Cem pensamentos
A cada alcance
Contem histórias ou façanhas que vos caibam
Sentidas na pele ou vistas passar
Memórias, lembranças, narrações
Das baías ou piratas de alto mar
Contem, cantem
E lembrem-se
Quando nos faltam meios para realizar
Cabe-nos somente continuar a sonhar
E quantas vitrolas precisarão tocar
E quantas flores se farão cair
Vendo seus amores partir
De um porto sem hora de voltar
São esses os pescadores salgados
Adocicados e refugados
Pelo amor das suas mulheres
Elas! Que se prostram na soleira da porta
Abafando um coração perto da boca
Orando a Deuses para que a volta
Traga o peixe numa corda solta
Guerreiros entregues à sorte
Quantas ondas se revoltarão
Ou tempestades trovejarão
Sem macas fúnebres duma quase morte
Quantas vezes caíram
Quantas vezes se feriram
Pleonasmos sem saída
Agarrar sem mãos a vida
Não são de fácil entendimento
As poesias que vos trago
Nelas cabe um sentimento
Que de tão grande fez-se vago
Um comentário:
que lindooooo!
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