sábado, julho 21, 2012

Uma geração de constante ressaca

Nós somos uma geração que reclama de tudo, somos aparentemente mais sagazes, temos mais recursos, somos mais dotados, avançados, vivemos numa era de mais facilidade e ainda assim somos mais tristes, mais infelizes. Pensamos demais supondo que o sentir deve ser de menos. Escondemos fragilidades com a ideia de que só os fortes são reconhecidos. Temos a faca e o queijo na mão mas sempre damos um jeito de, por motivo ou outro, achar que não é o suficiente, que não é fácil assim. E a coisa tende a piorar se não nos lembrarmos a tempo que devemos tirar proveito do avanço e não fazer dele um obstáculo. Não é fácil?! Não, não é. De fato, não é. Mas em outros tempos também não foi e não foi por isso que antepassados deixaram de lutar, viver, seguir, só porque a solução não estava ao virar da esquina. Vamos eleger a positividade como prioridade, vamos acreditar e fazer acontecer. Se um caminho não dá, outro surgirá. E por favor, não sejamos hipócritas, gritando aos quatro ventos que tentamos de todas as formas. Sabemos que não é verdade. Há sempre algo mais além do que julgamos ser capazes, portanto, não vamos desistir por medos ou falhas acumuladas. Num passado distante as coisas também demoravam, a qualidade não era nem por sombras, metade da que hoje temos. Mas ninguém se quedava. Não sejamos cobardes. Vamos. Lavemos os rostos cobertos de poeira, arregacemos as mangas, cultivemos boa disposição apesar das conjeturas menos agradáveis e continuemos ou comecemos de novo. Não podemos coibir-nos, precisamos permitir-nos. Sem falsos moralismos ou martírios intolerantes, abismos são abismos e cada um carrega o seu, mas se antigamente foram capazes, hoje em dia, temos o dever de o ser mais ainda. Temos como espelho esses passados, várias faces da moeda, sejam elas do que se deve ou não fazer. E todo o pedaço de passado tem uma porção de história que deve sim ser valorizada mas é de olhos postos no presente que antevê futuros próximos, que temos de nos dirigir. Hoje temos tecnologia, diamantes em bruto nascidos e tornados possíveis porque existe uma panóplia de acontecimentos evolutivos por detrás disso. Um disco de vinil será sempre um disco de vinil, uma relíquia, mas ninguém dispensa o som wma, wav, mp3 e por aí adiante. Ninguém rejeita um livro novo, suave e envolvente, mesmo gostando do cheiro seco, doce e quente das páginas de um antigo exemplar.

Nenhum comentário: